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SEM feminismo NÃO HÁ agroecologia

É notória e bem reconhecida para qualquer indivíduo que se propõe a analisar as relações de gênero no Brasil, que há desigualdades históricas e que mesmo que estas venham sendo reduzidas com o passar dos anos, ainda são evidentes. Há a divisão sexual do trabalho, diferença de salários para homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo, exploração de mulheres em fábricas e no campo, abuso sexual, verbal, psicológico e de poder, violência doméstica e a hipersexualização do corpo da mulher. E quando adentramos para a realidade rural estes traços de desigualdade se tornam ainda mais acentuados, com a desvalorização social e econômica do trabalho realizado pela mulher, tanto produtivo quanto reprodutivo. 

 

Elas vivenciam a invasão de seu território de trabalho, os quintais das propriedades, pelas monoculturas e pelos transgênicos; o que faz com que elas deixem de ter espaço para produzir alimentos saudáveis para suas famílias e também para plantar ervas medicinais. A invasão de seus territórios pelas sementes transgênicas causam não apenas a perda de espaço, como também a perda de autonomia para a reprodução de suas sementes. Há ainda a violência doméstica e sexual, que muitas vezes se apresenta disfarçadamente através da desvalorização e invisibilidade do trabalho doméstico - que normalmente é realizado somente pela mulher e em muitos casos nem é reconhecido como trabalho.

Sabendo dessas questões (e sendo a própria REGA uma rede que tem como princípio a igualdade entre os gêneros e por isso se coloca enquanto feminista), a REGA busca abordar essa temática nos espaços dos eventos em que atua e se faz presente, através de rodas de conversa com mulheres - sempre propondo atividades e formas de organização sociais e econômicas que possam contribuir para elevar sua auto-estima, a partir de seu empoderamento emocional, financeiro e político; valorizando e valorando as atividades que elas realizam.

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